segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Clotilde. Disfarçar - Crónica da Semana


Clotilde.
Para muitos pode não passar de mais uma reformada do ensino, simples, sábia, mas um bocado tosca. O que outros tantos não sabem é que por trás da professora Clotilde, que usava óculos redondinhos e permanente à Marco Paulo, é que esta foi a responsável por um dos maiores feitos nacionais. O disfarce de professora era perfeito. Nunca ninguém desconfia de alguém que dá a sua vida pelo ensino, mas Clotilde não se entregou apenas à instrução! Clotilde foi "Tilde Esfregão", agente 005 das forças especiais televisivas.
A história começa em 1945, entre duas aldeias perto de Travagem (a terra das gajas boas). Não se sabe bem ao certo onde porque a mãe estava da cintura para cima numa aldeia e da cintura para baixo na do lado. Desde logo foi para a capital, para que a pequena moça que ainda só sabia chuchar no dedo, pudesse vislumbrar a rebaldaria que se via pelas ruas que desaguam no Terreiro do Paço. Clotilde cresceu. Tornou-se uma mulher esbelta e formosa. Foi professora primária e a fama de professora exigente manteve-se ao longo dos anos, aumentando com a corcunda (desventurada mulher, além de joanetes é curvada, raios partam o Ortopedista).
Voltando atrás, por volta dos 20 anos, enquanto se formava em Educação Primária (ou lá como é que a coisa se chamava, ainda no tempo do Oliveira) Clotilde leu no jornal um microscópico anúncio que recrutava jovens aventureiras que não tinham medo de entrar em peripécias dignas de um livro de Sir Arthur Conan Doyle. Assim sendo, a 29 de Fevereiro de 1964, 3 minutos antes das 8 da matina, apresentou-se em frente dos escritórios da IDIOTA: Instituição Designada para Investigação Oficiosa de Televisão e Apresentadores. Foi seleccionada entre duas candidatas, sendo que a outra falhou na prova de Zapping. Por isso, Clotilde ficou com o lugar. 
A primeira missão foi recrutar 11 pessoas. 5 para um programa, 6 para um blog. Os primeiros 5 lançaram-se num programa de sucesso que se esperava completar 3 temporadas até ao fim de Setembro de 2010. Clotilde continua a formar os primeiros 5. Todas as semanas lança-lhes um desafio: falar sobre determinado tema que tira do seu dicionário de verbos, quanto mais estranho melhor.
No entanto esta primeira missão exigia que Clotilde, ou Tilde, nome profissional, não cometesse quaisquer falhas, e a longo prazo isso não seria possível garantir. Então decidiu contactar um senhor seu amigo, que morava na terra que a viu nascer, que tinha fama de inventor "de coisas esquisitas" como dizia o povo. Geraldo Trotinete possuía em suas mãos uma invenção capaz de revolucionar o"país e o Nuno", só que nunca tinha sido testada. Clotilde, embrenhada no seu desespero aceitou ser cobaia, convertendo-se assim na primeira viajante do tempo, a bordo do Cronotraveler 3000 *plim*.
De início a viagem parecia estar a correr bem. Todos os fusíveis a funcionar e o motor do corta-relvas tinha sido capaz de atirar Clotilde a 300 mm de altitude, altura determinada pelo número de couves que ficaram estragadas pelas larvas. 5… 4… 3… 2… 1… Aterragem. A viagem foi um sucesso e correu às mil maravilhas. Estamos em pleno século XXI e Clotilde entra por Paço D’Arcos a matar.
Tudo está muito diferente dos planos iniciais, algumas paredes mudaram de sítio, novas pinturas e novos ares se respiram. Talvez se mantenha parte do espírito que os joanetes de Clotilde prometeram na IDIOTA.
A missão manteve-se por alguns meses. A dada altura uma das galinhas de Clotilde ficou com uma asa desfeita porque a vaca lhe pisou um dos ovos e ela quis vingar-se. Clotilde tentou regressar mas ficou presa no século XXI.
Com o problema técnico da maquineta tudo parecia arruinado. Poucos são os profissionais da arte de inventar coisas e disfarçá-las em ferramentas ultra-modernas capazes de fazer voar no tempo, para além dos disfarces serem do chinês, o que com uma molha fica tudo lixado, para não começar com F. O problema que de início parecia prender-se apenas com o jet lag permanente, levou a que Tilde Esfregão com 20 anos tivesse de aprender a viver com cabelos mais brancos qu’eu sei lá o quê, ou seja, aparentasse 67.
Nos dias que correm, Clotilde dedica a sua vida a várias actividades interessantes e igualmente empolgantes às da sua juventude, como pentear o seu gato persa Pantufa, engomar, podar arbustos e fazer zapping como nunca ninguém viu. Em paralelo dá formação a um grupo de seis discretos jovens, duas meninas e quatro meninos, que tem como função manter o seu legado de feitos em prol do mundo televisivo. Estes mantém de pé e com uma saúde estável, um espaço cibernáutico inigualável, repleto de informação importantíssima e singular. Não iremos divulgar o nome do espaço para preservar a sua conservação, como é lógico, mas no entanto expomos aqui a identidade desses pequenos agentes infiltrados, a mando da grandiosa Tilde Esfregão.
Cumprimentos à família. 
NB: A patroa cá do estaminé escreveu grande parte desta crónica.

3 comentários:

  1. Cabelo cinzento e olhos de chinês? Fiquei bem disfarçado xD

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  2. Lindo!!! isto é lindo miguel. obrigado inês.

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  3. Obrigado pessoal. Se quiserem a imagem com a verdadeira identidade a cores peçam-ma que mando por mail.

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